A revolução dos chatbots e o impacto na educação:
Prof. Lucas RC de Oliveira11 de maio de 2023Tenho a impressão que o mundo acadêmico brasileiro, estendendo-se a escola da Educação Infantil à pós-graduação ainda não percebeu o impacto que os "chatbots" de inteligência artificial vai causar em seus alicerces, tais recursos simplesmente invalidam a lógica conteudista acumulatória, tornando redações, resumos, artigos e congêneres praticamente recursos obsoletos. De um uma hora para outra, textos podem ser gerados artificialmente em questão de segundos com concisão, clareza e apuro ortográfico. Tal é a precisão que de acordo com o comando a IA pode simular o estilo de qualquer escritor e sobretudo de um estudante, inclusive emulando alguns erros gramaticais e de concordância, o que torna a detecção de sua origem praticamente impossível de corrigir, vejam um exemplo de uma simples redação sobre a chegada dos portugueses ao brasil redigida pelo Chat GPT, com os seguintes comandos: “”Faça um pequeno texto simulando um aluno do 4º ano primário descrevendo a chegado dos portugueses ao Brasil, simule inclusive erros de gramática e concordância, texto curto”:
“Oi gente, eu queria contar pra vocês sobre a chegada dos portugueses aqui no Brasil. Foi lá em 1500 que o Pedro Álvares Cabral chegou aqui no nosso país. Eles vieram aqui porque queriam encontrar uma nova rota pro Oriente, pra conseguir mais riquezas e especiarias.Quando chegaram aqui, os portugueses encontraram os índios que já viviam aqui, e isso causou muitos conflitos e lutas entre eles. Infelizmente, os portugueses também trouxeram doenças que os índios não conheciam, e isso acabou matando muita gente.Depois disso, os portugueses começaram a explorar o nosso país, buscando ouro e outras riquezas. Eles fundaram muitas cidades, e trouxeram muitos escravos da África pra trabalhar nas plantações. Foi uma época muito triste da nossa história, mas é importante a gente conhecer pra não repetir os mesmos erros no futuro.”
Obviamente conforme o grau de estudo avança os textos ficam mais complexos mas a Inteligência Artificial pode dar conta com bastante facilidade de textos e resumos até o nível da graduação.
Isso com toda a certeza põe em xeque muitos paradigmas onde a escola se fundamenta, inclusive, conceitos mais modernos de educação tendem a ficar atordoados com essas inovações. Quais seria a solução, a boa e velha proibição, impossível com dispositivos móveis e acesso a internet quase onipresente, escolas teriam que montar esquemas de verdadeiras bases militares para continuar operando como sempre viam. E as tarefas de casa, como proibir o aluno de usar a IA dentro de seu próprio quarto, teremos que instituir colônias de redações em ilhas longínquas do Pacífico longe de qualquer sinal de internet, infelizmente Elon Musk e sua rede de satélites da Star Link impossibilitam isso.
O ensino baseado na acumulação e decoração de dados e fórmulas acaba de ganhar seu carrasco, relutou durante quase um século a sobreviver e ao que parece está à beira da extinção por motivos técnicos. Nunca foi tão indispensável desenvolver o senso crítico e a criatividade nas crianças como agora, uma vez que a partir do advento dos chats de inteligência artificial redigir sob o ponto de vista escolar virou coisa obsoleta, pelo menos em nível operacional, já que qualquer celular mequetrefe com uma pífia conexão a internet pode ser capaz de com os comando apropriados escrever o mais intrincado artigo científico, pelo menos em nível de graduação.
Resta saber se as escolas presas às tradições caducas tentarão implementar restrições malucas ao uso da IA ou vão finalmente por força das circunstâncias, seguir um caminho que visa promover a autonomia e criatividade em seus estudantes e porque não em seus professores.
PS. Texto escrito por um humano, por enquanto